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A Confissão: como se preparar para uma boa confissão

Neste breve guia encontramos uma ajuda para nos prepararmos para receber com fruto o sacramento da Reconciliação; inclui uma explicação dos passos para nos aproximarmos da Confissão, exames de consciência e textos para meditar na grandeza do perdão que Deus nos quer dar.

São Josemaria costumava chamar à Confissão o sacramento da alegria, porque através dele se recuperam a alegria e a paz que traz a amizade com Deus, um dom que só o pecado é capaz de roubar às almas dos cristãos.


O que é a confissão? “O sacramento da Reconciliação é um sacramento de cura. Quando me confesso é para me curar, para curar a minha alma, o meu coração e algo de mal que cometi”. (Papa Francisco, Audiência geral, 19 de fevereiro de 2014).


Porquê confessar-se? Explica o Papa Francisco que “o perdão dos nossos pecados não é algo que possamos dar a nós mesmos. Eu não posso dizer: perdoo os meus pecados. O perdão é pedido a outra pessoa e na Confissão pedimos o perdão a Jesus. O perdão não é fruto dos nossos esforços, mas uma dádiva, é um dom do Espírito Santo”. (Audiência geral, 19 de fevereiro de 2014).


É complicado confessar-se? Não o é tanto: no Catecismo, a Igreja propõe-nos quatro passos para uma boa confissão (Cfr. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 303.):


São quatro passos que damos para poder receber o grande abraço de amor que Deus nosso Pai nos quer dar com este sacramento: Deus espera-nos, como o pai da parábola, de braços estendidos, ainda que não o mereçamos. Não importa a nossa dívida. Como no caso do filho pródigo, apenas é preciso que abramos o coração.


1) Exame de consciência;


O exame de consciência consiste em refletir sobretudo aquilo que nos tenha podido afastar de Deus: “Que conselhos daria a um penitente para fazer uma boa confissão? – pergunta-se ao Papa Francisco – Que pense na verdade da sua vida frente a Deus, o que sente, o que pensa. Que saiba olhar com sinceridade para si mesmo e para o seu pecado. E que se sinta pecador, que se deixe surpreender, surpreendido por Deus”.

O exame de consciência consiste em refletir sobre aquelas ações, pensamentos ou palavras que nos tenham podido afastar de Deus, ofender os outros ou causar-nos dano interiormente.

É o momento de ser sinceros consigo próprio e com Deus, sabendo que Ele não quer que os nossos pecados passados nos oprimam, antes deseja libertar-nos deles para podermos viver como bons filhos seus.


2) Contrição (ou arrependimento), que inclui o propósito de não voltar a pecar;


A contrição, ou arrependimento, é uma dor da alma e uma rejeição dos nossos pecados, que inclui a resolução de não voltar a pecar. É um dom de Deus: por isso, se te parece que ainda estás apegado ao pecado – que, por exemplo, não te vês com forças para abandonar um vício, perdoar a uma pessoa ou emendar um dano causado – pede-lhe a Deus que atue no teu coração, para que rejeites o mal.

Por vezes, o arrependimento chega com um sentimento intenso de dor ou vergonha, que nos ajuda a emendar-nos. No entanto, não é indispensável sentir esse tipo de dor; o importante é compreender que agimos mal, ter desejos de melhorar como cristãos e fazer o propósito de não voltar a cometer essas faltas.

“A contrição – explica o Papa – é o pórtico do arrependimento, é essa senda privilegiada que leva ao coração de Deus, que nos acolhe e nos oferece outra oportunidade, sempre que nos abramos à verdade da penitência e nos deixemos transformar pela sua misericórdia”.


3) Confissão dos pecados ao sacerdote;


Uma boa confissão é dizer os pecados ao sacerdote de forma clara, concreta, concisa e completa.

A confissão consiste na acusação dos todos os seus pecados mortais cometidos desde a última confissão válida ou do batismo diante do sacerdote.

“Confessar-se com um sacerdote é um modo de pôr a minha vida nas mãos e no coração de outro, que nesse momento atua em nome e por conta de Jesus. (...) É importante que vá ao confessionário, que me ponha a mim mesmo frente a um sacerdote que representa Jesus, que me ajoelhe frente à Mãe Igreja chamada a distribuir a misericórdia de Deus. Há uma objetividade neste gesto, em ajoelhar-me frente ao sacerdote, que nesse momento é o canal da graça que me chega e me cura”. (Papa Francisco, O nome de Deus é misericórdia)

Costuma dizer-se que uma boa confissão tem “4 C”:

1. Clara: indicar qual foi a falta específica, sem acrescentar desculpas.

2. Concreta: referir o ato ou pensamento preciso, não usar frases genéricas.

3. Concisa: evitar dar explicações ou descrições desnecessárias.

4. Completa: sem calar nenhum pecado grave, vencendo a vergonha.


4) Satisfação (ou cumprir a penitência).


O sacerdote indica uma penitência para reparar o dano causado.

A satisfação consiste no cumprimento de certos atos de penitência (orações, alguma mortificação, etc.), que o confessor indica ao penitente para reparar o dano causado pelo pecado.

É una ocasião também para dar graças a Deus pelo perdão recebido e renovar o propósito de não voltar a pecar.


Guia para confissão


1. Após a saudação habitual, o penitente (você) pede a benção ao sacerdote dizendo: Dai-me a benção senhor!

2. O sacerdote diz: O senhor esteja em seu coração para que arrependido confesse humildemente seus pecados. Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.

3. O penitente diz: Já faz (diz o tempo aproximado) desde minha última confissão. Meus pecados são ... (Então você confessa seus pecados de preferencia começando com o mais graves.

4. O sacerdote dar alguns conselhos (não é obrigatório). E então ele vai te dizer qual a sua penitência.

5. O penitente expressa sua contrição dizendo: Meu Deus, Eu me arrependo de vos ter ofendido Pois sois tão bom e amável. Prometo com a vossa graça Esforçar-me para ser bom! Meu Jesus, Misericórdia, Amém! Ou você pode dizer um ato de contrição você sabe.

6. Com a fórmula de absolvição o sacerdote em nome do próprio Jesus Cristo te perdoa: “... Eu te absolvo de seus pecados em nome do Pai e de Filho, e do Espírito Santo”. No final, o sacerdote o convida a sair em paz.

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